sábado, 29 de agosto de 2009

The Seashell of Venice


É quando passa o dia, e cai o sol em meio ao mar, que apenas esconde suas chamas
E nem as estrelas despontam na escuridão que germina verdadeiramente do coração
E quando então, o negrume da noite por vezes plúmbea, me cobre com seu pesado manto sem trazer a paz
Sem o bendito sono com suas asas douradas, para cerrar as pálpebras da alma, mesmo depois de toda a eternidade que se passa sobre nós
É nessa hora
Sempre a tua espera, a cada vez que te vais, sem que eu te veja
A seguir o nada, sem a benção do esquecimento, que seja de uma fração de tempo, que alivie o grito calado na garganta
A escutar o silencio contido em todo o universo de um mar, encerrado numa pequena concha
E olhar o caminho indelével entre as areia e a água, que me leve...

Me leve à algum lugar
Me leve a tua cidadela
Intransponível, indecifrável
Perto o bastante para querer
Longe demais para chegar
É nessa hora que venho todos os dias
Para me alimentar de ventos e de sonhos
E cantar canções já esquecidas
Pois nada mais me resta
Além do meu mirante
Da minha solidão

Além do mar...
.
J’amour

The Seashell of Venice - J. P. Avisse



Nenhum comentário:

Postar um comentário