sexta-feira, 11 de junho de 2010

CORAÇÃO VALENTE


Meu coração valente
não é tão intrépido
que ofereça risco
na investida que faz.


Se estou contigo,
ora seduzindo,
ora seduzida, é
porque os papéis
eu troco graciosamente.


Troco olhares,

me viro do avesso
e me desvelo.


Tudo sabes
do meu passado,
dos meus horrores
e da minha doçura
guardada a sete chaves.


Do meu amor que é chama lenta
ao contrário dos movimentos
bruscos que ameaço.


Ouves, criticas,
te enraiveces...
Mas quando me acolhes
quebras todas as trancas
e o meu castelo é teu.
Dou-te livre entrada
e livre arbítrio.


E espero que fiques
sem jogos, sem truques,
sem meias-palavras,
mesmo que não gostes
de todas as faces de mim.


Tua necessidade da verdade,
qual a minha,
nos envolve num céu
estrelado e aberto
cujos mistérios
não são armadilhas, mas sim
estrelas a serem descobertas.


E quando dás um nome
a cada novo astro,
batizas a minha vontade
de estar contigo.
E quando entendes
as minhas lágrimas vertidas
por mais que em vão,
ganhas o meu sorriso
cada vez mais luminoso.


Sou a rainha das bobagens,
das tempestades em copos d'água.
E tu és o que verte
a minha impertinência.
O que me vê do outro lado do espelho,
rasga o meu desassossego
e esfrega em minha cara
a senha da felicidade
sem artimanhas
que às vezes eu cismo
em complicar.
E quando pareço fraca
vencida por lanças envenenadas
arrancas as setas
aplicas o antídoto,
e me enches de coragem.


Não me emprestas a tua valentia,
mas me lembras da minha.


Somos dois seres
crescendo.

Lado a lado.
Inteiros.
Íntegros
Integrados...

.

J’amour


FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

Todo dia.






quinta-feira, 10 de junho de 2010

HOJE DECIDI


Hoje decidi, que decidi te esquecer.


Mas como posso, se tudo me lembra você?

A casa sente falta dos seus passos e até o espelho não quer mais refletir.

A cama vazia dobrou seus espaços, me negando o doce esquecimento de dormir.

Insiste em lembrar-me a cada momento, seus braços, onde repousava meu amor e meus cansaços.


Mas entenda bem, hoje eu decidi que decidi te esquecer.


Escuta?

O silencio grita o teu riso, e ecoam ainda nas paredes, teus gemidos de prazer.

Sala, quarto, cozinha, cada canto que era nosso, e até a velha poltrona onde lias, hoje se encolhem aos meus olhos opacos, por não mais te ver.

O cinzeiro vazio, parado, parece exalar a fumaça do cigarro, que antes eu insistia em impedir.

Agora, cruel ironia, fico olhando fascinada e o toco lentamente, como se fosse sagrado o que antes nada valia.

Sinto nos lençóis lavados o teu cheiro almiscarado, como se em minha pele para sempre tivesses ficado.

Marcada.

Tatuada com tinta invisível, enquanto desenhavas meus contornos com dedos de artista.

Mas agora vês?


Hoje decidi, que decidi te esquecer.


.


J’amour