domingo, 21 de março de 2010

CONVITE


Olha-me nesta hora sublime, onde todas as horas se fundem.

Segura minha mão entre a tua, e atravessa comigo a noite.

Convido-te a seguir para o outro lado do mundo, atravessando o véu.

Vamos para onde o tempo fica suspenso entre nossas pupilas.

Brincaremos com a realidade, deslizando-a entre nossos dedos.

Fundiremos nossos corpos.

Com força. Com amor. Com paixão.

O desejo a guiar nossas bocas, entre gemidos.

A moldar nossas peles, entre enlaços e abraços.

E depois do amor, amor, inventa palavras para sussurrar nos meus ouvidos. Fala-me quando eu não conseguir dormir, fazendo cócegas na minha alma.

E aquecendo meu corpo outra vez, fazendo-me tremer entre teus braços.

Deixa-te seduzir por esta sintonia que exala dos nossos poros.

Esta magia entre nossas almas, que ofusca a mais brilhante estrela.

E que nos invade sempre que estamos perto um do outro.


Vem, meu amor...Agora.

.

J'amour


quinta-feira, 18 de março de 2010

Se não vens...


Algumas vezes

bato a tua porta

de forma escandalosa,

despudoradamente,

com a alma exposta

e o coração a saltar dos olhos.


Quero que saibas

que não me importa

que nem sempre te encontre

quando te busco.


Me basta a crua certeza

de que sempre vens

antes que a tua falta

se torne insuportável.



Mas ah, se tu não vens AMOR...

.

J'amour

quinta-feira, 11 de março de 2010

Náufraga


Estou náufraga.
Meu casco partiu-se contra recifes coloridos, de sonhos que não estavam traçados no mapa que cuidadosamente desenhei na minha vida.
Mas afinal quem disse que é certo o destino quando se navega?

Partiu-se em pequeninos fragmentos que flutuam debochados ao meu redor, deixando meu ser à deriva.

Não sei se regressarei ao país distante de mim.
Se sobrevivirei.
Se encontrarei uma praia para repousar meu corpo exausto do bater das ondas.
O esquecimento bem vindo pelo entorpecimento dessas gélidas águas sem teus braços, me é negado.
Vejo sereias, mas não escuto seus cantos.
É a tua voz que ressoa em meus ouvidos, ritmada ao bater do meu coração.

E sigo entre as ondas da vida.

Apenas o baú das minhas lembranças, em que me agarro furiosamente, ainda me sustenta, flutuando pelo mar que escorre de meus olhos.
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J'amour