quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Caminho



Caminho...

Um andejar entre ilusão e acreditar.
A questionar a possibilidade de ter algum dia uma estabilidade merecidamente conquistada, sem esta constante incerteza.
Não sei lidar com a incerteza, nunca soube.
Mas continuo a reger-me pelo sentimento, pelo achar que lutar basta.
Agora já não sei.
Já não sei se luto pelo irreal ou pela possibilidade da felicidade.
AMOR
Firo-me silenciosamente, lentamente sorvo este veneno, pouco a pouco me intoxico.
E quando tudo culmina vejo-me encurralada no que gostaria que fosse e no que É.
Busco a mágoa para evitá-la.
Digo não sentir para esquecer.
No entanto, com certo receio percebo que tudo permanece sempre igual.
Basta um segundo para que toda a confiança falsamente construída aos poucos desabe, e se torne nesta que me corrói e onde:
Já sou feliz sem o ser
Já sofro sem sofrer
Já acredito sem acreditar
Mas assim mesmo, luto.

Por favor AMOR, exista!
.
J'amour

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sonho de Você


Porque nada mais há para fazer:
Sonho!

Porque sonhando mantenho a esperança
Lembra aquela, que nos fazia desenhar castelos nas nuvens?

Porque se só assim posso voltar a viver:
Sonho!

Deixa-me sonhar, para encontrar o que me falta

O desejo de mais uma vez ter você, magia total de sentir
A vontade louca de voar na grandeza do céu da tua boca

E lentamente deslizar meus dedos pelos caminhos do teu corpo

Explorar, florestas, vales e rio.
Sentir seu sorriso à minha pele

Para então explodir contigo e chegar até a minha estrela

Morrer, voltar a nascer e de novo sonhar, sem dessa vez te perder
Seguir sonhando acordada, até um dia te ter.

Silêncio...

Deixa-me sonhar!
.

J'amour


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Querer


Não, não quero jamais ser a sua dona

Não penso em te possuir

Te amo assim, livre, e porque és

Quero-te

Sem amarras ao meu lado

E serei tua

Da mesma forma

. .EU. .

.

J'amour


Tu não vês


Não é porque escondo meus olhos de ti, e nego-te a luz tremula das pupilas,
para que assim então não vejas o que trago na alma, que a dor não existe.
Não é porque não sentes escorrer quente entre TEUS dedos,
o sangue que se esvai a cada batida do meu coração, que ele não está completamente aberto,
ferido.
Não é porque trago-te palavras doces, que te oferto como lindas flores,
que não foram elaborada e delicadamente escritas com fel.
Diga-me o que vês, que te direi que talvez o avesso do avesso de tudo, é real.
E se conseguires chegar mais perto...bem perto quiça...verás no meu rosto,
uma trilha agora já seca, de sal.
.
J'amour

domingo, 13 de setembro de 2009

Lullaby



Essa noite ao fechar meus olhos senti você.
Estava esperando meu silêncio para aparecer.
Feito mansa brisa, deslizou seus dedos de sonhos em meu rosto,
fechando minhas pálpebras cansadas,
com a suavidade de uma quase reverência.

Trouxe neles o aroma de todas as flores que queria ser um dia para mim.

E eu senti...

Senti seu abraço apertado nos meus braços.
Suas mãos nos meus dedos entrelaçadas de saudade.
Seus lábios no meu rosto, roçando-o, como asas de passarinho,
com palavras inaudíveis de carinho em meus ouvidos.

Mas senti...

E depois que me trouxestes tudo isso, só então adormeci.

BOA NOITE AMOR!

.

J'amour







Paraiso



Paraiso seria sentir que el despertar seria tan doloroso que nin una sonrisa de estrellas me despertaria.

Mejor seria mismo no despertar, volver a cerrar los ojos y nuevamente adormecer, borrar el dia del calendario de mis recuerdos.

Realmente maravilloso seria despertar mucho tiempo después, todavia enlazada pelo astro rey que juzgo ser para siempre mio, que me conquistó pela sonoridad de su risa en mis oídos, por sus gentilezas y encantos, por su coraje de niño, por la fuerza de una mirada vulcanica.

Y la luz que del emana, que a tudo trespasa, consigue anihilar las trevas, el imaginario, el sueño, la utopia.

Asi te diré, que el paraiso seria hacer amor con el Universo entero, con las estrellas, con el viento y el mar, en todas las eras.

Sentimiento pleno y real, purificador, por me hacer sentir subitamente destituida del corpo, liberta de todas las cadenas, alcanzando un sentimiento profundo y imutable, viviendo todas mis vidas en el momento que encontrasse el paraiso de tus brazos.



Amor mio...

.

J'amour

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tua



E me quedei assim: dourada pelo sol e prateada pela lua

Deitada na areia nua
Estrela caída no mar
Meio sereia
Toda mulher
Ainda tua
A madrepérola no interior da minha concha
A brilhar, para te atiçar
E da garganta, suave gemido...

Albatroz, albatroz!

Teus olhos, da cor do mar

Navegam pelos céus, roubando as luzes
Que flutuam pelo ar em louca dança
Enquanto o vento do desejo enfurna a vela
Que fará tuas mãos por meu corpo deslizar
Esperando a hora imprecisa, para com precisão me amar
E me quedei assim: dourada pelo sol e prateada pela lua
Vestida apenas com a branca espuma das ondas...

A te esperar

.

J'amour

Janela dos meus Olhos



Olho a noite, aquela noite onde as constelações
são todas aquelas que fazem parte de mim.
Das minhas constelações vejo o mundo.

Aquele.


Que se constrói a cada momento que me resgato
da diluição do esquecimento.
Da minha noite vejo todas as noites.

Aquelas.

Que por terem passado,
se fundem nos traços que se conectam do infinito.
Da minha noite vejo o mundo e todos os mapas do céu.
Aqueles mapas, aqueles pontos que findam
no arredondamento de outras eras e outros pontos,
e no palco onde todos os personagens se reencontram.



Lembrarei dessas noites longínquas, na janela dos meus olhos.

.


J'amour



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Agora



Mas agora o tempo acabou.
Vou voltar, eu sei, é preciso.
Vou voltar.
Não tem jeito.
Sofri demais para seguir pensando em ti.
Dê-me de volta o que sou, e o que fui, fica contigo.
Vou seguir para outro lugar em que
teu nome não se pronuncie, onde seu cheiro não seja sentido, onde não
lembrarei de ti a todo instante.

Sua lenta voz em meus ouvidos.
Não sentes, não sinto.
Não posso mais, entende?
Não posso me perder também.
Para sempre não é muito tempo, mas, mais cedo ou mais tarde,
eu vou esquecer de te esquecer.
Sim eu sigo, mas toma meu coração,
e fica com meu sorriso.




Palavras caem dos meus olhos.

P.S. 'Cómo quieres que te olvide si al comenzar a olvidarte
me olvido del olvido y comienzo a recordarte?'

.

J’amour

Dia desses...





Um dia desses roubo-te a paz

Saro-te as mentiras
E percorro-te os sorrisos, com dedos de plumas e asas de borboleta.


Um dia desses...
.
J'amour


Amanhecer

Acordo nos braços da manhã e fico a me embalar com o despertar manso dos pássaros que vejo pela janela, colorindo suas penas nas primeiras luzes do sol, como pontos de arco-íris.
Chegou o momento de também dar cor à minha pele.
Sinto a relva nos pés e cócegas na alma, e nas narinas o cheiro de novo, no azul do dia que se anuncia.
Quero sentir em meu corpo a ondulação dos ramos do cipreste que me convida a dançar, e sorrir ao perceber por trás de mim, a respiração do peito que me grita, envolto em vida, que há tempo para cuidar do jardim e sossegar a alma, à luz de cada novo amanhecer
.
.
J'amour
.
"E enquanto não houver amanhã...Ilumina-me!"





terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jardineiro das Estrelas



Me encantastes num bosque sombrio onde havia me perdido de tudo. Olhou e sorriu, tocando-me o rosto salgado e sem cor.

Senti como se
o sol sobre mim tornasse em brasas minha pele e as pétalas sem vida, sob seus dedos, se abriram em tonalidades luminosas.

As raízes, fincas
que antes me continham, ganharam vida e levaram-me contigo pelos campos, inclinando-me sobre dois lagos cristalinos para me fazer beber dos teus olhos a seiva da vida e ali flutuarem sem destino.

Lado a lado permanecemos
enquanto o mundo se movia num sussurro, e sobre nós a lua e as estrelas descobriam seu manto de magia, iluminando o nosso jardim.

Enfim chegastes, Jardineiro de Estrelas.



J'amour



Você é meu sol, meu céu, meu ar. Te amo!