sábado, 27 de julho de 2013

DEIXA






Fica ao meu lado conversando
Sem nada, simplesmente dizer
Fica ao meu lado inda que sem me ver
E me abraça sem tocar meu corpo
Mas deixa-me dizer-te sem palavras
Como te amo
Ou apenas deixa-me querer-te
Sem dizer nada
Deixa tocar teu corpo sem roçar tua pele
Imaginado no silêncio da madrugada
A textura e o calor que de ti emana
Deixa eu respirar você para viver
Apenas te peço que me ajudes
A equilibrar meus medos
A desintoxicar-me do passado
A envenenar minhas lembranças
Libertando-me de mim mesma
Vem e acompanha-me a estar só
Porque hora dessas o mundo se acaba
E se apagam o sol e a lua
Caem todas as estrelas no mar
E se acendem as brasas do inferno
Mas sei que se tu ficas ao meu lado
Ainda que tudo se mude em inverno
Nada temerei, porque estou contigo
E eternamente irei te amar 

J'amour

DESPEDIDA







Esta madrugada encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu cheiro a transpirar na minha pele.
Meu corpo ardeu onde antes os teus dedos deslizavam
deixando rastros de verão, e teus lábios sussurravam meu nome em uma linda canção.
No silêncio da noite, soubeste ser o vento cálido na minha
alma e eu a desnudei para ti, a dar-te um coração
que seria toda a vida.
Fiquei presa em tua rede, exausta como um pequeno peixe que nem mais respira.
Nem mesmo à despedida.

J'amour

PÉTALAS








Como rubra rosa a desfolhar-se ao vento.
Me espalho em ti a cada vão momento.
Para que qual fragrância floral
Em suave toque me percebas.
Deixo de mim um rastro de estrelas.
Deixo beijos e carícias ardentes, e você...
Você com medo de perdê-las.
Agora anseias, te enleias e me buscas. Eu sigo.
Me olhas e não sabes na verdade. Te perguntas:
Quem é essa mulher que de súbito me habita?
E bailando em nuvens douradas, me recrio.
Vem. Segue escravo agora o som do meu riso.
Busca o elixir das minhas palavras.
Sem saber que sou eu, aquela que te queria.
Que com tua suspeita castigavas.
Se desnudar minha alma pudesses,
Se meus olhos nos teus estivessem.
Ao cair de cada peça lentamente,
Verias em cada pétala desfolhada:
Que sou eu, a mesma mulher.
A mulher que apaixonadamente te amava.

J’amour___

VOA







Voa, não deixe que minhas mãos te prendam
Não mais que um breve instante feito de gestos leves
Mas permita que meus olhos se percam nessa contemplação
Que minhas retinas gravem teu alçar de asas
E meus ouvidos a melodia suave da canção
Que nesse nascer de um novo dia, elevas em oração
Que recitas em teu gorjeio, ao Senhor de toda a criação
Voa com tuas asas delicadas, leva-me junto a ti
E minh' alma te seguirá em cada galho que leve pousas
Escutará o murmúrio que sentes no teu peito ressoar
Sobre cada rio que serpenteia a verde mata, quando voas sobre ela sem parar
Canta e mostra ao mundo, abrindo tuas asas de par em par
Mostra que é possível conviver em paz com toda a natureza
Recorda-me que a vida pulsa em cada ser, cada qual com sua beleza
Canta linda cotovia, teu canto de amor, tu que és a calhandra mais bela
Voa fazendo meu coração seguir contigo
Para depois então cantar aqui, na minha janela

J'amour