sábado, 14 de janeiro de 2012

PARA FALAR


Para hoje falar de amor
Preciso de silêncio
De olhos sem lágrimas
Com muito brilho
Preciso de um vento morno
Mas tranqüilo
Preciso ser pega desprevenida
Com ou sem rima
Ou palavra escolhida
Preciso da eternidade
E algumas horas
Um caderno de capa colorida
Sem linhas
Dois lápis
De cores diferentes
Um imenso dicionário.
E tuas mãos nas minhas
.

J’amour

SILÊNCIO


Te calas.
E calada eu fico.
Teu olho não me vê.
Já não me ouves.
E voas sobre as nuvens.
Sonha outros sonhos.
Teu riso encanta outros ouvidos.
Longe estás agora.
E já não sinto a dor da tua presença.
Não, não acenda outra vez a luz.
Deixa que meus olhos escureçam com a noite
.
.

J’amour

RABISCOS


Arriscamos, rabiscamos...
Brincamos com os sentidos sentidos.
Palavras, caladas, ousadas e depois libertas.
Soltas ao vento.
Dou voltas em mim mesma.
Meu mundo vira do avesso.
Persigo palavras sem nexo.
E mais ainda sigo escrevendo.
Uma flor, um beijo, algo mais complexo.
Astrologia, magia, saltos quânticos no espaço.
Que descrevem o exato encontro, o ponto, entre nossos abraços.
Que importa que o mundo não saiba, não sinta, não entenda, meus pensamentos desconexos?
Sigo escrevendo.
E coloco meu coração exposto nestes rabiscos, que apenas eu entendo.
.

J’amour