sábado, 21 de novembro de 2009

O Amor Nasce em Árvores


Chuva, raios, ventania
Quase noite no meio do dia

Tempo de fim do mundo

Tempo de tudo terminar

Finda o amor, a dor, o pranto

Corto o laço, solto nós

Estremeço ao ouvir o vento
Que geme e sacode pedaços de tudo
Que o vento leva sem direção

Tocando as árvores, as janelas, a minha alma
Sinto
o vendaval que a tudo modifica e toca
A chuva a lavar e purificar

Sorrio ao olhar para fora

Vejo um pedaço de céu azul, cintilante

Que timidamente transpassa a escuridão

E sinto a luz que inunda minhas retinas

Durante alguns segundos permaneço

Entre o espaço do que fui
Entre
o infinito
Suspensa, consigo ficar

Sentada em paz, a olhar

As folhas secas abandonadas

Vejo nosso antigo jardim

Exausta de refletir você

Abro a porta e vou para a rua
Preciso lavar a alma, para brotar
Para conseguir renascer

Como folhas de árvores
Afinal descobri

Sim, o amor nasce em árvores

Nos simples detalhes
Nas folhas simples
De flores pequeninas
Nasce sim, pelo menos nas minhas

Todo sentimento nasce e se renova nas árvores

Só você, meu amor, que não sabia
.
J'amour

(Para ler TEMPO DE TERMINAR, leia do fim para o começo)

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