Estremeço ao sentir a ausência do teu olhar no meu
Sinto que faltam pedaços de mim, perco aos poucos o ar
O tempo chega a parar, pela lembrança da tua presença
Pelo brilho oceânico e força da luz da tua mirada.
Ai então, tens sobre mim poder de luar no outono
De águas que invadem a terra, derrubando mundos
Da nuvem tão leve a mandar-me, num momento - breve
Seu beijo entretecido em brancos fios de abandono.
Tens o som do silêncio e a magia do sol a brilhar e arder
Tens guardados neles a pureza floral de cada amanhecer
Mas o que te posso pedir além do imenso desejo de sentir?
Sentir a maciez de tua alma que eu desejo?
O amargo-doce gosto do seu beijo?
Ah, essa solidão da tua sombra de nuvem passageira
A um tempo só, és sagrado ritual de entrega
És navalha a cortar meu corpo expondo minha alma ferida.
E teu olhar que me acaricia e me abandona
Resplandece neste poema
Que por loucura da paixão, se oferece
Trazendo, não em vão
O gozo do nosso amor, nos braços de uma canção.
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J'amour
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